Confesso ter enorme dificuldade em compreender as causas da ausência de fé que virou moda atualmente e é exibida diariamente nos meios de comunicação e nas mídias sociais.
O neopaganismo e o consequente agnosticismo contemporâneo estão à mostra e até foram atração recentemente em evento mundial, na “anti cerimônia” da abertura das Olimpíadas de Paris 2024. Convenhamos que a tal versão francesa da Última Ceia foi tudo menos um tributo aos bons propósitos dos Jogos Olímpicos e um escárnio contra os cristãos.
Acontece que a descrença e a disseminação do ateísmo e do agnosticismo estão na moda e é cult ser militante desses conceitos. De certa forma, o Nada move o mundo hoje e seu guia é Nietzsche e seus sucessores.
O escritor inglês G.K. Chesterton, em seu livro “Ortodoxia”, adverte que “não se pode encontrar significado numa selva de ceticismo, mas aquele que caminhar através de uma floresta de doutrina e projetos estabelecidos encontrará cada vez mais significados”.
Ao observar o movimento das menores partículas de matéria, os cientistas registraram que esses movimentos estão interligados com o sistema total da Natureza.
Recentemente, fiquei chocado quando um amigo me falou dos movimentos de um flagelo bacteriano que chega a se mover a 100.000 rotações por minuto. Esse fenômeno é ainda mais impactante se compararmos os movimentos desse micro flagelo com o motor de um carro de passeio que vai a 6.000 rpm ou de um carro de Fórmula 1 que chega a 19.000 rpm.
É impressionante que existam nano motores de proteínas, movido a íons e que atingem essa quantidade de rotações por minuto.
Na outra ponta, na grandeza do universo, não há limite nem finitude e a cada dia se descobrem mais estrelas ou planetas parecidos com os do nosso sistema solar.
Portanto, quando examinamos com atenção meditada os grandes e os muito pequenos fenômenos da Natureza, a fina elaboração e sua complexidade apontam para a necessidade de um Projetista que criou e mantém esses movimentos ao longo de milênios.
Se a Natureza tem essa espécie de porta dos fundos que nos permite apreciar esses fenômenos diminutos e os muito grandes, deve ter também uma porta de entrada para apreciarmos a interferência de algo sobrenatural em nossas vidas.
E os acontecimentos podem ser alimentados por essa porta da percepção pela via do sobrenatural.
Leio no jornal O POPULAR de segunda-feira, 05 de agosto 2024, a história de uma jovem que sobreviveu a uma doença rara que pode acometer as parturientes – uma embolia que poderia tê-la levado a óbito, e a sobrevivente referiu-se ao fato com gratidão por se sentir contemplada com um milagre.
Independente de nossa crença ou descrença, milagres acontecem, mas falar destes parece coisa antiquada pelo modismo que nega e descrê de tudo.
“A crença em milagres, longe de depender da ignorância das leis naturais, só e possível na medida em que essas leis sejam conhecidas”. Porém, se excluirmos o Sobrenatural, jamais perceberemos os milagres – afirmo com base no inglês C. S. Lewis no livro “Milagres”.
Os milagres são acontecimentos movidos pela fé, têm força própria e única; eles multiplicam a energia interior do ser humano diante das dificuldades.
Sem fé, predominam as incertezas e os questionamentos sobre o sentido da vida e a natureza da existência, fragilizando a pessoa diante dos grandes dilemas que tem a enfrentar.
Finalizo recordando São Paulo: “a fé é o fundamento da Esperança, é uma certeza a respeito do que se não vê. Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados”; e adiciono esses versos de Dora Ferreira da Silva:
“Esperança, grita em nossa boca:
Quando tudo estiver irremediavelmente perdido
É preciso que Deus apareça.”
Prazer em conhece-lo Adalberto.
Aceito, Recebo e Agradeço.
Toda palavra de Deus que chega até mim, vem para acrescentar.
Adorei o texto, a última frase é linda!
- É preciso que Deus apareça.
Ciência criacionista.
Hoje já é impossível questionar cientificamente que toda a vida do planeta não veio do "pó" da terra. O micélio da rede fúngica é responsável por devolver à "terra" molécula a molécula, fragmentos nucleicos de todos nós e de toda a variedade abundante da vida animal ou vegetal, incluindo aí a decomposição de vários tipos de rochas, nos devolvendo à nossa origem e possibilitando originar todas as formas de vida novamente.
Somos do pó da terra literal e cientificamente, feitos do mesmo pó primordial, do mesmo pó que constituiu do primeiro ser vivo ao primeiro humano surgido, temos em nós todos, os elementos da terra.
Gosto dessa descoberta antiga do papel do micélio, e me agrada a alegoria de que surgimos divinamente do pó úmido e barrento, modelado por um Deus que não vemos mas que nos toca desde o nosso princípio, nos constituindo com todos os elementos do solo da criação e com um sopro fresco de vida em nossas narinas.
Ciência moderna e crença antiga se tocam sutilmente na mesma origem dos elementos constituintes dos seres e da vida, no princípio e no fim.
Acreditar que o homem veio do barro, não é mais cientificamente tão estranho assim.
Jorge Fernandes.
FLN. Abril 2024