A questão da literatura chinesa está para mim como começar a conhecer a literatura francesa, quando eu estava aprendendo francês.
A literatura do Extremo Oriente é quase desconhecida no Brasil, não é?
Eu comecei a apreciar a literatura do Extremo Oriente quando decidi passar uma temporada no Japão.
E essa temporada no Japão teve um intercurso na Coreia. Então eu ganhei duas literaturas, porque não vou para nenhum país sem apreciar a sua literatura: sua arte, sua cultura, sua religião, sua sociedade, sua história. E no caso da Coreia, eu tive uma grande surpresa com o Pachinko, que é um livro maravilhoso, e outros livros de escritores coreanos secundários, diante da Min Jin Lee. E depois eu tive a emoção da literatura japonesa, onde quem pontua é o Murakami, mas tem outros maravilhosos escritores japoneses que eu descobri, não é?
Agora vou dever aos senhores esses nomes e tudo mais.
Daqui a pouco eu coloco aqui, porque são nomes que... são nomes japoneses. Então, dessa imersão na cultura do Extremo Oriente, eu trago até hoje uma incrível realidade adotiva. Essa realidade adotiva é a visão de uma pessoa que está no Brasil e que quer olhar, que quer adotar um olhar generoso sobre a cultura dos outros países. Então, você vai chegar nesses países, quer saber quem criou o mais alto ponto literário nesses países. E aí começa a se aprofundar na literatura da Coreia, do Japão e agora da China, que é o meu foco principal atualmente.
Então, você nota que tem um universo a desvendar, não é? Além do Haruki Murakami, para o Japão, eu tenho, ainda no Japão, eu tenho o Shuzaku Endo, eu tenho o Mishima, o Mishima é um gigante. Eu tenho, por exemplo, na Coreia, eu tenho a Min Jin Lee do Patchinko. Esse livro é extraordinário.
No Japão, temos Junichiro Tanizaki, “As Irmãs, Makioka” e outros livros dele. Um cara extraordinário esse Tanizaki que tem O Diário de Um Velho Louco, que é um livro fora do comum. E tem também “A Ponte Flutuante dos Sonhos”, que tem muito a ver com a realidade do Extremo Oriente e o poder do sonho.
E aí a gente trafega, por exemplo, para a China. Ah, sim. Ainda sobre o Japão, eu preciso falar de Yasunari Kawabata. Kawabata? Deveria dizer Kawabata? Gente, esse cara é extraordinário, o escritor. São extraordinários esses escritores, não é?
Tem a geração jovem também, que eu comecei a ler alguns escritores mais jovens. Natsu Miyashita, por exemplo, que é um livro maravilhoso. The forest of Wool and Steel (sem tradução em português). Deveria ser A Floresta de uma coisa docinha, macia e steel, que é aço. É falar sobre a vida de um pianista e tudo mais. Piano e pianista.
Amigos, tem tantos escritores extraordinários no Extremo Oriente que a gente pouco conhece. Vou falar, por exemplo, de Akutagawa. Akutagawa, que era do meu bairro, no Japão, o bairro que eu morei. Akutagawa é extraordinário. Gente, são escritores que é uma pena os brasileiros não conhecerem. Eu morava no bairro de... Morei em dois bairros, Machida e Sumida. Sumida é o bairro da infância de Ryonosure Akutagawa. Olha, tem tantos escritores maravilhosos no Extremo Oriente. Depois eu faço um outro post sobre os chineses, porque os chineses são um capítulo à parte. Afinal, são dois prêmios Nobel neste século. São extraordinários. Além daqueles que não ganham o prêmio Nobel e saem da China porque não se sentem seguros para continuar produzindo sua literatura lá. Enfim, eis um post oportunista de um resenhista preguiçoso que faz da resenha a arte de fazer resenha com preguiça.
ô gente, primeiro que foto mais linda. Foto de prateleira, deveria ser obrigatório TODO MUNDO POSTAR FOTOS DOS LIVRIM!!! Deixa eu ser alçada ao poder em meio a banho de sangue, Beto, vai ser a minha primeira lei.
Depois que é muito maravilhoso descobrir uma nova literatura. Eu aprendo tanto com você. Obrigada.