O crítico G. Steiner (1929-2020), que o Gustavo Nogy, nosso cronista de charme, intitulou em uma crônica à época da morte do pensador como “O último bípede”, conversou com Ramin Jahanbegloo. A conversa virou um livro fascinante, porque não é uma entrevista clássica de perguntas e respostas, mas um diálogo incrível que se chama “George Steiner à luz de si mesmo”.
Na verdade, este post deveria ser uma página em branco, para ser fiel ao artigo III, 4 “O silêncio e o sacrifício”, mas não consigo manter uma página de Substack permanecendo em silêncio todo tempo — coisa que seria desejável, diante da minha admiração pelos poetas Hölderlin, alemão, e o goiano Antonio José de Moura e a minha exaustão literária que se avizinha.
Enquanto burocratas em sentido estrito e os outros, ainda mais perigosos, burocratas do pensamento, gritam de parlamentos e programas televisivos suas platitudes, George Steiner, quase silencioso, observa a tudo com indisfarçável melancolia (…) [é] um mestre de leitura…o judeu erudito, que ama igualmente a música e o silêncio, que prefere conduzir o leitor aos grandes, mais do que lhes opor obstáculos críticos e hermenêuticos.” (NOGY, Saudades dos cigarros que nunca fumarei, p. 157/8).
Vou deixar esse vídeo aqui para que você rompam o silêncio e para os que não conhecem Steiner espero que seja um bom desafio a conhecer este crítico genial.
O vídeo acima é sobre o tema do Belo e a consolação. O poder da palavra está gravado ali. Sobre o poder da palavra, maior do que as efígies de imperadores, escrevi pensando num poeta que se consagrou ao silêncio e é eterno - F. Hölderlin. Creio que paga a pena (re)ler (veja no link).
As coisas têm um sentido no amanhã. See you guys.