Com a decisão de visitar a Coréia e o Japão no próximo mês de outubro, pensei em começar um diário da viagem projetada e, ao longo da jornada, dar ao leitor minhas impressões sobre essa aventura. Não há por que não começar agora, penso.
Hoje, voltei de uma curta viagem a Brasília, onde fui dar entrada nos pedidos de vistos (para mim e para minha mulher) para o Japão. No caso da Coréia tudo foi mais fácil, porque para as estadas de menos de 90 dias, o viajante pode fazer tudo online através de um aplicativo (K-Eta) que facilita muito.
Sabem os meus seis fieis leitores que meu objetivo principal é a ida ao Japão, onde por força do destino, estão minhas duas filhas, meus dois genros e meus três netos. Planejamos, pois, passar um bom tempo na terra do sol nascente. A Coreia vem-nos por extensão, por ser uma boa parada para dois idosos em viagem tão extensa. Outra parada conveniente é Frankfurt na Alemanha que nos pareceu também atraente. Os germânicos se abriram bem aos turistas brasileiros e nos parece conveniente ficar uns dias na cidade de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832).
Há muito não vou a Frankfurt para desfrutar da cidade por alguns dias. Creio que o merecemos. Depois, é nosso objetivo passar algum tempo na Coreia. E minha mulher tem tudo a ver com o processo de convencimento dessa parada. Ela começou a ver “doramas” produzidos lá e se encantou com a cultura e o país. Eu próprio vi os 24 capítulos de Mr. Sunshine.
Confesso que me surpreendi com a qualidade da narrativa e do ritmo da série. E, notem, que eu não sou um sujeito muito dado a filmes, audiovisuais etc, talvez por isso jamais serei convidado do excelente bate-papo como este com meu amigo virtual Orlando Tosetto Jr., https://twitter.com/neotosetto Mas, já se sabe, não tem revolta, não…
Enfim, fitas, bolachas e catataus à parte, pensei em começar este diário desde já.
Sobre o Japão, venho me instruindo há algum tempo, com a leitura de romances e a desesperada tentativa do aprendizado da língua que digo é matemática na concepção e mais que lusitana na escrita (hiraganas+katakanas+kenji e o que salva o freguês latino é mesmo a invenção “lusitana” do roomaji).
Os romances se sucedem e me passam a ideia de um povo e um país que espero (após o visto!) e o longo deslocamento, conhecer de verdade, para além dos mangás, do animés e dos K-pops (essa mistura de ritmo e dança dos países que já se enfrentaram muito em campos de batalha verdadeiros).
Lendo a História concisa do Japão (Brett L. Walker), fico sabendo que a saga da ocupação foi bem retratada pelo seriado Mr. Sunshine e que a paz entre os dois países é um feito memorável do nível civilizacional atingido pela Coréia do Sul e o Japão.
“A Questão Coreana” é parte do cap. 11 (O nascimento do estado imperial japonês - 1800-1910) e narra os confrontos entre o império japonês renovado pela Era Meiji (1868-1912) e seu desejo expansionista muito bem representado pela ocupação da Coréia. Embora o professor Walker fale em 70 mil vidas perdidas pelas forças militares japonesas, o desastre para a Dinastia Joseon e para o povo coreano são marcas indeléveis que ficaram até 1945.
Hoje, ao voltar da entrevista no consulado japonês, na Embaixada do Japão em Brasília, são os romancistas que me voltam com mais força. Eles me dão notas diversas da alma japonesa. São vários livros lidos e a figura de Haruki Murakami paira sobre todos como a síntese de uma integração com o Ocidente e a inserção no mundo da literatura como autor mundial, três vezes indicado ao Prêmio Nobel. Mas é do livro de Yukio Mishima que saio de cabeça baixa, sem saber para onde me dirigir agora em termos de leituras.
E o cantinho da seção japonesa de minha estante vai crescendo, à medida em que o dia do embarque para o Japão se aproxima. Fico feliz que alguns desses livros me foram presenteados (ou sugeridos) pelos amigos virtuais, como o bondoso Cláudio Shikida - https://twitter.com/cdshikida - que mantém uma News gratuita e que assinar não custa nada… I mean, custa-lhe o prazer e a dor de ler temas diversos, incluindo muito saber sobre Economia, matéria na qual sou menos que analfabeto, como o sou na língua Japonesa (mas não desisto de desenhar alguns hiraganas, por puro prazer). (Assine! conclama Shikida. Afinal, o que não mata, engorda - é o slogan da News do Shikida)
Bem, para a primeira edição do Diário, creio que é o que tenho a dizer-lhes. Sejam pacientes e trarei mais, nos próximos meses, principalmente quando pisar o solo de Incheon, como porta de entrada para a aventura oriental. サヨナラ Sayonara.
Querido e nobre poeta, farei essa viagem com você. Em seu blog lendo e na imagetica visual pois emoção você jáme faz transbordar .
Generoso o poeta que, espero, faça uma maravilhosa viagem ao extremo oriente, em breve. Aguardando pelos relatos!!!